Já na primeira cena de “A Saga Crepúsculo: Eclipse” somos lembrados de tudo o que aconteceu nos últimos dois filmes. Edward está com Bella deitado na relva. Ele a pede novamente em casamento, mas fica sem resposta porque Jacob aparece, só para ser rejeitado. De novo. Isso não apenas resume o que aconteceu nos últimos dois filmes, como também será repetido algumas vezes ao longo deste aqui.
Bree Turner: o mais próximo de um personagem interessante que a série teve
Como a ideia é proteger Bella, ela e Edward vão para as montanhas, cheias de neve, para se isolarem, deixando a frente de batalha para o restante dos vampiros e lobisomens. Tudo iria acabar mal, com Bella sofrendo de hipotermia, se Jacob não aparecesse para, seminu, esquentar a pobre, já que o corpo vampírico de Edward não emite calor. Verdade seja dita, ele provavelmente demoraria mais para esquentar Bella se estivesse de roupas.
Mas essa cena, e esse diálogo entre Edward e Jacob, de profunda e clara conotação homoerótica, acabaram por se tornar ainda mais icônicas e alvo favorito dos detratores da Saga, do que as batalhas. E essas batalhas, se não são ruins considerando a média para a cinessérie, deixam muito a desejar para qualquer um que tenha visto um filme de ação desde a corrida de bigas de “Ben-Hur”, de 1959.
Agora todo mundo corre para a direita!
Tematicamente, o filme é uma longa repetição da cartilha de abstinência pregada por Stephenie Meyer, autora dos livros. Se há um mérito aqui é que ela manda a metáfora canhestra às favas e abraça o discurso ideológico. Mais do que ser transformada em vampira (que era o símbolo para a perda da virgindade), ela agora quer mesmo é perder a virgindade. Mas Edward teme machucá-la, já que poderia perder o controle durante o êxtase sexual, voltando a insistir no casamento.
“Eu… preciso… me… controlar…”
De resto, temos Bella como o pivô de um conflito, sendo protegida por todos à sua volta, amando Edward loucamente, enquanto coloca Jacob na zona de conforto da amizade. O que, se você pensar bem, graças à sua falta de personalidade, não é exatamente um modelo feminino muito interessante para as futuras gerações. Ainda assim, serve como alívio pensar que, pelo que dizem e escrevem as fãs da Saga internet afora, elas parecem mais quererem Edward para si, que se tornarem ou tomarem o lugar de Bella.
“Só para ficar claro para o público, você continua virgem, certo?
Edward acaba decapitando Victoria (interpretada, apenas neste filme, por Bryce Dallas Howard, meio que para trazer alguma credibilidade), e os Cullen junto aos lobos derrotam os demais vampiros. Mas o filme não poderia acabar antes que os Volturi pudessem fazer uma aparição. Afinal, ainda há um inimigo no horizonte de Bella.
“Eu… preciso… me… controlar…
O filme só acaba, mesmo, quando a nossa heroína finalmente aceita o pedido de casamento de Edward. O que dará o tom do próximo longa. Mas isso é assunto para amanhã, quando falo de “A Saga Crepúsculo: Amanhercer – Parte 1”. Ontem escrevi sobre “A Saga Crepúsculo: Lua Nova” e antes sobre “Crepúsculo”, o primeiro filme da Saga.
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